Aécio enumera '13 fracassos' petistas e diz que 'falta
humildade' ao partido
PT faz festa na noite desta quarta para comemorar 10 anos no
governo.
Para tucano, provável presidenciável, governo petista é voltado à
reeleição.
Iara Lemos Do G1, em Brasília
Provável candidato tucano à Presidência da República em 2014, o senador Aécio
Neves (PSDB-MG) fez discurso na tarde desta quarta-feira (20) em que afirmou que
falta humildade ao PT ao comemorar os 10 anos do partido no governo. A festa de
comemoração do partido ocorre na noite desta quarta-feira, em São Paulo. A
presidente da República, Dilma Rousseff, deverá participar do evento.
“Ao escolher comemorar seu aniversário falando no PSDB, o PT transformou
nosso partido no convidado de honra. Temos muito a dizer a nossos anfitriões, é
justo assinalar algumas ausências importantes, nela não estão presentes a
autocrítica, a humildade e o reconhecimento", disse.
O PT preparou uma cartilha com 15 páginas, cuja capa é um desenho de Lula e
de Dilma com roupas vermelhas e estrelas do PT, com o sub-título “do povo, para
o povo e pelo povo”, mostrando dados comparativos dos governos tucanos com os
governos petistas. Na cartilha, o duelo se dá entre “neoliberais e
desenvolvimentistas”.
Aécio enumerou no seu discurso o que ele chamou dos "13 fracassos" do partido
durante os 10 anos de gestão sob, primeiramente, o governo do então presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e agora o governo da presidente Dilma Rousseff.
Entre os itens enumerados como fracassos pelo tucanos, está o Programa de
Aceleração do Crescimento (PAC) e a falta de investimentos em infraestrutura no
país, como problemas em estradas e aeroportos.
“O Brasil está estagnado. O Brasil está parado”, disse.
Veja os "13 fracassos petistas" nomeados por Aécio:
"1. O comprometimento do nosso
desenvolvimento:
Tivemos um biênio perdido, com o PIB per capita
avançando minúsculo 1%. Superamos em crescimento na região apenas o Paraguai. Um
quadro inimaginável há alguns anos.
2. A paralisia do país: o PAC da propaganda e do
marketing
O crítico problema da infraestrutura permanece intocado.
As condições de nossas rodovias, portos e aeroportos nos empurram para as piores
colocações dos rankings mundiais de competitividade. O Brasil está
parado.
São raras as obras que se transformaram em realidade e extenso o
rol das iniciativas só serve à propaganda petista.
3. O tempo
perdido: A indústria sucateada
O setor industrial – que
tradicionalmente costuma pagar os melhores salários e induzir a inovação na
cadeia produtiva – praticamente não tem gerado empregos. Agora começa a
desempregar, como mostrou o IBGE. Estamos voltando à era JK, quando éramos meros
exportadores de commodities.
4. Inflação em alta: a
estabilidade ameaçada
O PT nunca valorizou a estabilidade da moeda.
Na oposição, combateu o Plano Real.
O resultado é que temos hoje inflação
alta, persistentemente acima da meta, com baixíssimo crescimento. Quem mais
perde são os mais pobres.
5. Perda da Credibilidade: A
Contabilidade criativa
A má gestão econômica obrigou o PT a
malabarismos inéditos e manobras contábeis que estão jogando por terra a
credibilidade fiscal duramente conquistada pelo país.
Para fechar as
contas, instaurou-se o uso promíscuo de recursos públicos, do caixa do Tesouro,
de ativos do BNDES, de dividendos de estatais, de poupança do Fundo Soberano e
até do FGTS dos trabalhadores.
Recorro ao insuspeito ministro Delfim
Neto, próximo conselheiro da presidente da republica que publicamente
afirmou:
“Trata-se de uma sucessão de espertezas capazes de destruir o
esforço de transparência que culminou na magnífica Lei de Responsabilidade
Fiscal, duramente combatida pelo Partido dos Trabalhadores na sua fase de
pré-entendimento da realidade nacional, mas que continua sob seu permanente
ataque”.
A quebra de seriedade da política econômica produzidas por tais
alquimias não tem qualquer efeito pratico, mas tem custo
devastador.
6. A destruição do patrimônio nacional: a derrocada
da Petrobras e o desmonte das estatais.
Em poucos anos, a Petrobras
teve perda brutal no seu valor de mercado. É difícil para o nosso orgulho
brasileiro saber que a Petrobras vale menos que a empresa petroleira da
Colômbia.
Como o PT conseguiu destruir as finanças da maior empresa brasileira em tão
pouco tempo e de forma tão nefasta? Outras empresas estatais vão pelo mesmo
caminho. Escreveu recentemente o economista José Roberto Mendonça de Barros:
“Não deixa de ser curioso que o governo mais adepto do estado forte desde
Geisel tenha produzido uma regulação que enfraqueceu tanto as suas
companhias”.
7. O eterno país do futuro: o mito da
autossuficiência e a implosão do etanol
Todos se lembram que o PT
alçou a Petrobras e as descobertas do pré-sal à posição de símbolos nacionais.
Anunciou em 2006, com as mãos sujas de óleo, que éramos autossuficientes na
produção de petróleo e combustíveis.
Pouco tempo depois, porém, não
apenas somos importadores de derivados como compramos etanol dos Estados
Unidos.
8. Ausência de planejamento: O risco de
apagão
No ano passado, especialistas apontavam que o governo Dilma
foi salvo do racionamento de energia pelo péssimo desempenho da economia, mas o
risco permanece.
Os “apaguinhos” só não são mais frequentes porque o
parque termoelétrico herdado da gestão FHC está funcionando com capacidade
máxima.
A correta opção da energia eólica padece com os erros de
planejamento do PT: usinas prontas não operam porque não dispõem de linhas de
transmissão.
9. Desmantelamento da Federação: interesses do
pais subjugados a um projeto de poder
O governo adota uma prática
perversa que visa fragilizar estados e municípios com o objetivo de retirar-lhes
autonomia e fazê-los curvar diante do poder central.
O governo federal
não assume, como deveria, o papel de coordenador das discussões vitais para a
Federação como as que envolvem as dividas dos estados, os critérios de divisão
do FPE e os royalties do petróleo assistindo passivamente a crescente
conflagração entre as regiões e estados brasileiros.
Assiste, também, ao trágico do Nordeste, onde faltam medidas contra
seca.
10. Brasil inseguro: Insegurança pública e o flagelo das
drogas
Muitos brasileiros talvez não saibam, mas apesar da
propaganda oficial, 87% de tudo investido em segurança publica no brasil vêm
dos cofres municipais e estaduais e apenas 13% da União.
Os gastos são
decrescentes e insuficientes: no ano passado, apenas 24% dos R$ 3 bilhões
previstos no Orçamento foram investidos. E isso a despeito de, entre 2011 e
2012, a União já ter reduzido em 21% seus investimentos em segurança.
Um
dos efeitos mais nefastos dessa omissão é a alarmante expansão do consumo de
crack no país. E registro a corajosa posição do governador Geraldo Alckmin nessa
questão.
11. Descaso na saúde, frustração na
educação
O governo federal impediu, através da sua base no
Congresso, que fosse fixado um patamar mínimo de investimento em saúde pela
esfera federal. O descompromisso e as sucessivas manobras com investimentos
anunciados e não executados na área agridem milhões de brasileiros.
Enquanto os municípios devem dispor de 15% de seus recursos em saúde, os
estados 12%, o governo federal negou-se a investir 10%.
As grandes
conquistas na área da saúde continuam sendo as do governo do PSDB: Saúde da
Família, genéricos, política de combate à AIDS.
Com a educação está
acontecendo o mesmo. O governo herdou a universalização do ensino fundamental,
mas foi incapaz de elevar o nível da qualidade em sala de aula.
Segundo denúncias da imprensa, das 6 mil novas creches prometidas em 2010 ,
no final de 2012, apenas 7 haviam sido entregues.
12. O mau
exemplo: o estímulo à intolerância e o autoritarismo.
Setores do PT
estimulam a intolerância como instrumento de ação política. Tratam adversário
como inimigo a ser abatido. Tentam, e já tentaram por ...... cercear a liberdade
de imprensa.
E para tentar desqualificar as críticas, atacam e desqualificam os críticos,
numa tática autoritária.
Para fugir do debate democrático, transformam em
alvo os que têm a coragem de apontar seus erros.
A grande verdade é que o
governo petista não dialoga com essa Casa, mantendo-o subordinado a seus
interesses e conveniências, reduzindo- o a mero homologador de Medidas
Provisórias.
13 - A defesa dos maus feitos: a complacência com
os desvios éticos.
O recrudescimento do autoritarismo e da
intolerância tem direta ligação com a complacência com que setores do petismo
lidam com práticas que afrontam a consciência ética do país. Os casos de
corrupção se sucedem, paralisando áreas inteiras do governo.
Não falta
quem chegue a defender em praça pública a prática de ilegalidades sobre a ótica
de que os fins justificam os meios.
Ao transformar a ética em componente
menor da ação política, o PT presta enorme desserviço ao país, em especial às
novas gerações."